No setor da saúde, as jornadas de trabalho podem ser intensas e, muitas vezes, exigem que os profissionais estejam em turno por longas horas. A gestão eficiente de escalas de trabalho é essencial para garantir a cobertura necessária nos serviços e, ao mesmo tempo, preservar o bem-estar dos colaboradores. Entre as escalas mais comuns, estão a 12×36, a 24×48 e a 18×36. Cada uma delas oferece diferentes vantagens, desafios e, sobretudo, impacta diretamente a vida dos profissionais de saúde.
Neste artigo, exploraremos as diferenças entre essas escalas e como escolher a melhor alternativa para o seu time.
O Desafio das Escalas de Trabalho na Saúde
A gestão das escalas no setor da saúde não é apenas uma questão de cumprir horários. Envolve diversas variáveis, como o número de horas trabalhadas, o tempo de descanso e os efeitos que esses turnos têm no desempenho e na saúde dos profissionais.
Ao optar por uma escala de trabalho, os gestores precisam considerar:
- A legislação trabalhista: para garantir que os profissionais não ultrapassem os limites legais de jornada.
- A carga de trabalho e a demanda: alguns hospitais ou clínicas têm períodos de alta demanda que exigem uma cobertura mais longa.
- O bem-estar dos profissionais: turnos excessivos ou mal planejados podem afetar a saúde mental e física dos colaboradores.
Por isso, o uso de tecnologias de gestão de força de trabalho (WFM) tem se tornado cada vez mais comum, facilitando a organização e otimização dos turnos de trabalho.
1. Escala de Trabalho 24×48: A mais tradicional
A escala 24×48 é um formato clássico amplamente adotado em hospitais, especialmente em áreas como pronto-socorros e unidades de terapia intensiva (UTI). Nessa escala, o trabalhador realiza 24 horas de expediente consecutivas, seguidas de 48 horas de descanso.
Vantagens:
- Período de descanso prolongado: A principal vantagem é a possibilidade de folgar por dois dias inteiros após uma jornada intensa.
- Ideal para alta demanda: Com a cobertura de 24 horas, a escala é adequada para ambientes que funcionam ininterruptamente, como hospitais de urgência.
Desafios:
- Fadiga e exaustão: A carga de trabalho de 24 horas pode ser extremamente desgastante, afetando o desempenho e o bem-estar do profissional.
- Dificuldade de adaptação: Alguns trabalhadores podem ter dificuldades para se ajustar ao ritmo de trabalho e descanso desse modelo.
2. Escala 12×36: O modelo de flexibilidade
A escala 12×36 é um dos modelos mais flexíveis e procurados em instituições de saúde. Nela, o trabalhador cumpre 12 horas de jornada consecutivas e depois tem 36 horas de folga.
Vantagens:
- Equilíbrio entre trabalho e descanso: Esse modelo oferece um bom equilíbrio entre os turnos de trabalho e o tempo de recuperação.
- Maior tempo livre: Com 36 horas de descanso, o colaborador tem mais tempo para se recuperar, cuidar de questões pessoais e descansar de forma mais eficaz.
- Menos exaustão: O tempo de trabalho é mais curto, reduzindo a possibilidade de sobrecarga em comparação com a escala 24×48.
Desafios:
- Jornadas longas: Embora o tempo de descanso seja significativo, as 12 horas seguidas de trabalho podem ser desafiadoras em áreas de grande pressão, como emergências.
- Dificuldade de adaptação: Trabalhar em turnos tão longos pode exigir uma mudança nos hábitos diários, principalmente no padrão de sono, o que pode ser difícil para alguns profissionais.
3. Escala 18×36: O meio termo
A escala 18×36 é um modelo intermediário entre a 12×36 e a 24×48. Nesse caso, o profissional trabalha 18 horas consecutivas e, em seguida, tem 36 horas de descanso.
Vantagens:
- Boa distribuição de horas: A jornada de 18 horas é mais curta do que a de 24 horas, mas ainda assim oferece a cobertura necessária para ambientes de alta demanda.
- Equilíbrio entre trabalho e descanso: A folga de 36 horas é igual à da escala 12×36, proporcionando tempo suficiente para o profissional descansar e recuperar.
Desafios:
- Exaustão nas jornadas mais longas: Embora mais curta que a escala 24×48, a jornada de 18 horas ainda pode ser desafiadora e causar cansaço, principalmente para quem lida com a pressão constante de ambientes de saúde.
- Adaptação aos turnos: Como em qualquer escala que envolva turnos longos, a adaptação pode ser difícil, especialmente para aqueles que têm responsabilidades familiares ou dificuldades com horários irregulares.
Impacto das Escalas na Satisfação e Retenção de Profissionais
A escolha da escala de trabalho pode ter um impacto profundo na satisfação dos profissionais de saúde. Escalas bem planejadas podem aumentar a motivação, diminuir o turnover e melhorar a qualidade do atendimento ao paciente.
Por outro lado, escalas mal elaboradas podem levar à fadiga, estresse e desgaste emocional. Portanto, é essencial que os gestores de RH monitorem a eficácia das escalas adotadas e façam ajustes quando necessário. Um bom sistema de gestão de escalas, como as plataformas de WFM, pode facilitar a administração de turnos, garantindo que a equipe tenha o tempo de descanso necessário para manter sua saúde e produtividade.
Como a tecnologia pode auxiliar na Gestão das Escalas
O uso de softwares de gestão de força de trabalho (WFM) tem se tornado uma ferramenta indispensável para otimizar a criação de escalas de trabalho no setor da saúde. Esses sistemas permitem aos gestores:
- Automatizar a criação de escalas: eliminando erros humanos e melhorando a precisão dos turnos.
- Monitorar o tempo de trabalho e as folgas: para garantir que os profissionais estejam cumprindo a legislação trabalhista e descansando adequadamente.
- Ajustar as escalas em tempo real: conforme as necessidades da instituição e mudanças inesperadas.
Além disso, ao usar plataformas de WFM, os gestores podem acompanhar a satisfação dos colaboradores, oferecendo escalas que atendam às preferências e necessidades da equipe, sem comprometer a qualidade do atendimento aos pacientes.
Conclusão
No setor da saúde, a escolha das escalas de trabalho — seja 12×36, 24×48 ou 18×36 — deve ser pensada com cuidado para equilibrar as necessidades operacionais e o bem-estar dos colaboradores. Cada modelo tem suas vantagens e desafios, e a utilização de ferramentas tecnológicas como sistemas de gestão de força de trabalho pode ser a chave para otimizar a criação das escalas, aumentar a satisfação dos profissionais e garantir a continuidade de um atendimento de qualidade. Com planejamento e ferramentas adequadas, é possível encontrar o equilíbrio ideal entre as demandas de trabalho e a saúde dos profissionais de saúde.