Falar do Dia Internacional da Mulher e do RH em uma mesma frase parece interessante, não é mesmo? O que uma data comemorativa tão importante (e também reflexiva para o momento que vivemos) tem a ver com o departamento de Recursos Humanos? Talvez você nunca tenha pensado nisso, mas é possível sim atrelar as duas coisas.
Pensar no RH e pensar nas mulheres faz todo sentido quando buscamos o cerne do que cada termo significa ou representa. Ambos os termos trazem a humanização, a relação do ser humano, a força e a importância de cada um em seu papel.
Continue lendo o conteúdo abaixo e entenda mais a fundo como associar essa data histórica ao seu RH.
Por que isso é importante?
Ao longo dos 3 últimos séculos, as mulheres têm lutado por seus direitos. Essa luta trouxe, e ainda traz, mudanças muito positivas em diversas áreas da sociedade. A busca feminina por direitos visa acabar com diversas desigualdades presentes na sociedade e, aos poucos, mudar a sociedade machista em que vivemos para uma sociedade melhor, igualitária e mais segura para as mulheres.
Uma das principais conquistas, através de muita luta, foi o direito ao voto. Esse movimento começou em 1897, com a criação da União Nacional Pelo Sufrágio Feminino, no Reino Unido. Sua criadora, Millicent Fawcett, era uma educadora britânica.
As chamadas “Suffragettes”, ou Sufragistas em português, lutavam para que as mulheres pudessem votar, e todos sabemos que a participação na vida política é de extrema importância para toda pessoa que vive em uma sociedade.
Ao longo dos anos, as mulheres conquistaram muitas coisas em sua busca por direitos iguais, e algumas delas foram:
- Acesso à contracepção e cuidados pré-natais de qualidade;
- Autonomia e Integridade de seu corpo;
- Direito de propriedade;
- Direito de contrato;
- Proteção contra violência doméstica, assédio sexual e estupro;
- Direitos Trabalhistas.
A conquista de Direitos Trabalhistas
As mulheres tiveram que lutar por seus Direitos Trabalhistas e, após a conquista de muitos deles, muitas mulheres ainda não conhecem alguns. Eles não beneficiam somente as mulheres! Confira abaixo uma lista que fizemos:
- Art. 384 da CLT: No começo, esse artigo valia somente para as mulheres, mas nos dias de hoje foi estendido aos homens também. Ele garante à mulher um intervalo de 15 minutos antes de começar a trabalhar horas extras.
- Repouso em caso de aborto: A mulher tem direito a duas semanas de repouso, caso tenha um aborto natural.
- Ampliação da Licença Maternidade: Caso uma empresa faça parte do Programa Empresa Cidadã, ela pode ampliar a licença maternidade de uma colaboradora em até 60 dias.
- Descanso para amamentação: A mulher tem direito a dois descansos por dia, de 30 minutos, para amamentação até a criança atingir 6 meses de vida.
- Dispensa para exames: A mulher tem direito a 6 dispensas de seu horário de trabalho por ano, para a realização de consultas e exames médicos.
- Troca de função: A mulher tem direito a mudar de setor ou função de acordo com seu estado de saúde, e também tem assegurada a retomada de sua posição anterior, caso isso aconteça.
A mulher ainda é desvalorizada no mercado
A luta pelos direitos das mulheres não é algo trivial. Essa luta acontece há muito tempo e nunca pode ter fim. É um desafio diário, que precisa ser visto com a importância que verdadeiramente tem.
Dados mostram (e comprovam) que as mulheres ganham, em média, 35% menos que os homens no mercado de trabalho. A presença da mulher nas empresas deve ser visto como uma conquista que permeia um lado histórico de muita luta e busca pelos seus direitos.
Mesmo em 2019, ainda vivemos algumas realidades de plena desigualdade nas empresas. Dos cargos de diretoria nas maiores empresas do Brasil, menos de 15% deles são ocupados por mulheres. Segundo o IBGE, elas também demorar mais a serem promovidas.
A CLT proíbe que o sexo seja considerado uma forma de calcular os salários/remuneração dos colaboradores. Além de ser proibido também que o empregador recuse emprego ou promoção, demita ou contrate em razão do sexo.
Muito é feito sem ser permitido e a grande maioria das empresas não seguem todas essas leis. Na verdade, mais de 90% nem sabe da existência delas. Falar dos direitos trabalhistas da mulher é missão especial para quem trabalha no RH. É imprescindível que se discuta e coloque em pauta esse assunto dentro da sua empresa. É de responsabilidade do RH ajudar essas mulheres, prevenir assédios, acabar com a desigualdade, identificar problemas e tratá-los com forte presença e suporte à mulher.
As leis e direitos específicos que rodeiam o universo feminino precisam ser divulgadas e fortalecidas no ambiente corporativo, de forma a dar liberdade às pessoas para exigirem seus direitos e tornarem a lei aplicável. Como o RH da sua empresa tem trabalhado isso internamente? Já aconteceu algum problema ou situação ruim relacionada à mulher no seu ambiente de trabalho?
E você, mulher? Quais dificuldades têm vivido no mercado de trabalho? A sua empresa também passa por algumas das dificuldades citadas no conteúdo? Conta pra gente! Comente abaixo ou conte alguma experiência ruim que você passou ou viu no ambiente corporativo. É a hora certa para discutir este assunto!